Novo Guia da CGU: Diretrizes Essenciais para Integridade

O Novo Guia da Controladoria-Geral da União (CGU), intitulado “Programa de Integridade: Diretrizes para Empresas Privadas”, surge como uma atualização necessária para reforçar as práticas de conformidade e governança no setor privado brasileiro.

Publicado em 2024, o documento oferece orientações robustas para empresas que desejam implementar ou aprimorar seus programas de integridade, alinhando-se às melhores práticas internacionais e às expectativas regulatórias nacionais.

Contexto e Objetivos

O guia responde à crescente demanda por transparência e responsabilidade corporativa no Brasil. A partir da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), aumentou a pressão sobre as empresas para adotar mecanismos que previnam, detectem e combatam atos ilícitos, especialmente em interações com o poder público. A CGU, como órgão responsável por fiscalizar o cumprimento da legislação anticorrupção, visa com esse guia fornecer diretrizes práticas para que empresas de todos os tamanhos possam estruturar sistemas eficazes de compliance.

Entre os principais objetivos do guia estão:

  • Fomentar uma cultura de integridade corporativa.
  • Prover ferramentas para a construção de programas de compliance personalizados.
  • Contribuir para a prevenção de fraudes e atos de corrupção.
  • Facilitar o entendimento das responsabilidades das empresas em relação às leis anticorrupção brasileiras.

Elementos Fundamentais de um Programa de Integridade

O guia destaca que um programa de integridade deve ser integrado à estratégia corporativa da empresa, com uma visão de longo prazo. Ele é composto por uma série de pilares interconectados, que, juntos, formam uma estrutura capaz de mitigar riscos relacionados à corrupção e outras práticas ilícitas. A CGU recomenda que as empresas foquem em alguns elementos-chave:

Comprometimento da Alta Administração:

A liderança da empresa deve demonstrar apoio irrestrito ao programa de integridade, alocando recursos e promovendo uma cultura de ética e transparência. Este apoio é essencial para que o programa tenha legitimidade e alcance todas as camadas da organização.

Avaliação de Riscos:

Cada empresa deve realizar uma análise minuciosa dos riscos de integridade que enfrenta, considerando seu setor de atuação, mercado, e relações comerciais. Essa avaliação é a base para a criação de políticas e controles internos eficazes.

Código de Conduta e Políticas de Compliance:

O desenvolvimento de um código de conduta claro e objetivo, aliado a políticas de compliance, é fundamental para orientar os colaboradores em relação ao que se espera de seu comportamento. O guia enfatiza a necessidade de que essas políticas sejam acessíveis, compreensíveis e amplamente divulgadas dentro da empresa.

Treinamentos e Comunicação:

A CGU ressalta a importância de treinamentos contínuos para todos os níveis da organização. A ideia é garantir que os funcionários compreendam suas responsabilidades e estejam preparados para identificar e reportar condutas inadequadas.

Canais de Denúncia e Medidas Disciplinares:

Um canal de denúncias seguro e eficiente é um dos pilares centrais de um programa de integridade eficaz. O guia recomenda que o canal seja acessível a todos os stakeholders da empresa e ofereça garantias de anonimato e proteção contra retaliação. Além disso, devem existir medidas disciplinares claras para lidar com violações identificadas.

Monitoramento e Melhoria Contínua:

A integridade não é estática. Por isso, o guia da CGU aconselha que o programa seja revisado e atualizado periodicamente, com base em novos riscos ou mudanças regulatórias. A empresa deve adotar mecanismos de monitoramento contínuo e auditorias internas para garantir que o programa esteja sendo efetivo.

Benefícios e Impactos para as Empresas

A implementação de um programa de integridade bem estruturado traz uma série de vantagens para as empresas, além de atender a requisitos legais. Entre os principais benefícios destacados pelo guia estão:

  • Proteção da Reputação Corporativa: Empresas que demonstram compromisso com a ética tendem a atrair parceiros de negócios, investidores e clientes que valorizam a integridade.
  • Redução de Riscos Legais e Financeiros: Ao prevenir atos ilícitos, as empresas evitam sanções administrativas, multas pesadas e danos à sua imagem.
  • Melhoria do Ambiente de Trabalho: Uma cultura de compliance contribui para um ambiente de trabalho mais ético e transparente, o que pode aumentar a moral dos funcionários e reduzir conflitos internos.

 

Além disso, um programa de integridade eficaz pode ajudar empresas a serem mais competitivas em processos de licitação pública, pois são vistas como parceiras confiáveis e éticas pelo governo.

Desafios na Implementação

Apesar dos benefícios claros, o Novo Guia da CGU também reconhece que as empresas podem enfrentar desafios ao implementar um programa de integridade, especialmente em cenários de recursos limitados ou cultura organizacional resistente. Entre os principais obstáculos estão:

  • Falta de Recursos e Infraestrutura: Empresas de menor porte podem ter dificuldade em alocar os recursos financeiros e humanos necessários para um programa robusto de integridade.
  • Cultura Organizacional Resistente: A mudança cultural pode ser lenta, especialmente em organizações onde práticas éticas não estão enraizadas. O engajamento da liderança é fundamental para superar essa resistência.

A CGU sugere que, nesses casos, as empresas adotem uma abordagem gradual, iniciando com ações de impacto imediato e expandindo seus esforços à medida que seus recursos permitam.

Considerações Finais

O “Programa de Integridade: Diretrizes para Empresas Privadas” da CGU oferece uma ferramenta essencial para empresas que desejam navegar com sucesso o cenário regulatório e competitivo do Brasil contemporâneo. Ao seguir essas orientações, as empresas não apenas cumprem suas obrigações legais, mas também se posicionam como líderes em ética e governança, garantindo sustentabilidade e crescimento a longo prazo.

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