Introdução
Assuntos voltados para a cibersegurança ganharam grande relevância recentemente na sociedade. Sendo que a Harvard Law School publicou artigo apontando que a cibersegurança é tão relevante para o ESG que deveria ter um pilar dedicado no Framework do ESG.
Qual a relação com ESG e Cyber?
ESG é um framework de sustentabilidade formado pelos pilares “Environment” (meio ambiente), “social” e “governance” (governança). O ESG tem ganhado destaque na sociedade diante da atenção do mercado em relação ao impacto da empresa na sociedade. O ESG também passou a ser um ponto importante no momento de definição de investimentos para empresas. No entanto, outro ponto vem ganhando destaque: a cibersegurança. Com ataques cibernéticos cada vez mais frequentes a preocupação com a segurança cibernética também cresceu.
Em um artigo publicado no final de 2022 pela Harvard Law School ficou evidente a relação da cibersegurança com o ESG. O artigo menciona um ataque de sequestro de dados (ransomware) que aconteceu a uma empresa norte-americana de oleodutos em 2021. O sequestro de dados levou à suspensão de distribuição de combustível no estado da Flórida e culminou na decretação de estado de emergência pelo governo e no pagamento de mais de US$4 milhões pela empresa para liberação dos dados.
Qual a Importância da Cibersegurança para o ESG?
Caso a referida empresa mencionada no artigo da Harvard Law School tivesse uma alta cibersegurança o incidente poderia ser evitado e assim, o impacto social do ransomware poderia ser evitado. Ainda, a cibersegurança atua na prevenção e detecção de ataques hackers, incidentes, fraudes e falhas de sistemas que podem levar a riscos empresariais. Vale apontar que segundo pesquisa feita pela Check Point Research os casos de ataque cibernético aumentaram em 92% no Brasil nos últimos anos. O tema torna-se ainda mais relevante na Indústria 4.0, momento atual da nossa sociedade em que diversos procedimentos e máquinas são automatizados e vinculados com IAs. Assim, é essencial garantir a integridade e a segurança das operações da empresa.
Na mesma linha, a Deloitte em artigo recente trouxe a preocupação de que se os detalhes de uma planta química são vazados poderia haver grande impacto ambiental e social. Assim, o ciber relaciona-se com o “E” (Environment) e “S” (Social).
Além de contribuir com o ESG e prevenir fraudes, investir em cibersegurança garante a prevenção de riscos em propriedade intelectual e segredos de negócios. Esses aspectos estão frequentemente localizados nas redes e sistemas da empresa, assim qualquer ataque hacker aos segredos de negócio pode causar grave dano a empresa. Afinal, os segredos de negócio, propriedade intelectual e as estratégias da empresa são aspectos diferenciais da empresa, principalmente no que se refere à concorrência. Ainda, a cibersegurança é capaz de aumentar a inovação da empresa e proteger a reputação da empresa ao mitigar os riscos de exposição em mídia negativa relacionada a fraudes que a empresa sofreu.
Conclusão
Em conclusão, a interseção entre a cibersegurança e o ESG (Environment, Social, Governance) representa uma nova tendência crucial para as empresas e investidores atentos às questões de sustentabilidade e responsabilidade corporativa. A recente ênfase no ESG como um guia para investimentos e avaliação de empresas trouxe à tona a importância da cibersegurança como um quarto pilar implicitamente conectado a esses princípios.
Além disso, a cibersegurança desempenha um papel fundamental na preservação da propriedade intelectual, segredos de negócios e reputação das empresas, tornando-se uma ferramenta essencial para a competitividade e inovação no mundo dos negócios. Portanto, considerando o aumento alarmante de ataques cibernéticos e a crescente integração de tecnologias na Indústria 4.0, investir em cibersegurança não é apenas uma medida reativa, mas também uma estratégia proativa para as empresas que desejam prosperar no contexto do ESG e além dele.
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